quarta-feira, 9 de maio de 2012

ESPAÇO COLETIVO - Os Medicamentos Psiquiátricos interferem no Desenvolvimento da Consciência? Eckhart Tolle fala de Ramana

Eckhart Tolle escreveu “O Poder do Agora”, que nos ensina a importância de viver no Agora, no Eterno Presente, o poder do momento presente em nossa vida.
Quando saimos do tempo do relógio ou do tempo psicológico e vivemos com atenção no presente

http://www.youtube.com/watch?v=HAgPKP177Cc&feature=related


Texto sobre o Autor

Eckhart Tolle nasceu na Alemanha, onde viveu até aos treze anos de idade.
Depois de se licenciar pela Universidade de Londres, trabalhou como investigador e supervisor na Universidade de Cambridge.
Aos vinte e nove anos, uma profunda transformação espiritual levou-o a mudar radicalmente a sua maneira de encarar e viver a sua vida. Nos anos que se seguiram, dedicou-se por inteiro a compreender melhor e viver mais profundamente esta transformação, que marcou o início de uma intensa jornada interior.
Como testemunho desta experiência, escreveu O Poder do Agora, que rapidamente se tornou um best-seller a nível mundial. O livro que se lhe seguiu, A  Prática do Poder do Agora, conheceu também um grande sucesso de vendas.
Eckhart Tolle não está filiado em qualquer religião ou tradição espiritual.
Através do seu ensino, tenta transmitir a mensagem profunda, simples e intemporal que os grandes mestres sempre tentaram transmitir: é possível acabar com o sofrimento e alcançar a paz.
Dedica-se agora a viajar e a ensinar por todo o mundo.
Para obter mais informações, contato 

Introdução:

Não me interesso muito pelo passado e raramente penso nele; no entanto, gostaria de lhe falar sucintamente sobre como me tornei mestre espiritual e como este livro veio a lume.
Até aos meus trinta anos, vivi num estado de quase permanente ansiedade intercalada por períodos de depressão suicida. Presentemente, é como se lhe estivesse a falar de uma vida passada ou da vida de uma outra pessoa.
Uma noite, pouco depois de ter feito vinte e nove anos, acordei de madrugada com uma sensação de absoluto terror. Já anteriormente tinha acordado muitas vezes com uma sensação semelhante, só que desta vez era muito mais intensa. O silêncio da noite, os vagos contornos dos móveis na escuridão do quarto, o ruído distante de um comboio — tudo parecia tão estranho, tão hostil e tão completamente sem sentido que gerou em mim um profundo ódio pelo mundo. A coisa mais repugnante de todas, no entanto, era a minha própria existência. Que razão tinha eu para continuar a viver com este fardo de infelicidade? Porquê continuar com esta luta constante? Sentia que um profundo anseio pela aniquilação, pela não-existência, estava agora a tornar-se muito mais forte do que o desejo instintivo de continuar a viver. "Não posso continuar a viver comigo mesmo." Era este o pensamento que se repetia na minha mente. Depois, de repente, dei-me conta da peculiaridade de tal pensamento. "Serei um ou dois? Se não posso continuar a viver comigo, é porque em mim deve haver dois: o 'eu' e o 'comigo mesmo' com o qual não posso viver." "Talvez", pensei, "apenas um deles seja real."
Fiquei tão desorientado com esta estranha descoberta que a minha mente parou. Eu estava plenamente consciente, mas deixou de haver pensamentos. Depois, senti-me arrastado para o que me pareceu um vórtice de energia. Era um movimento lento ao princípio e, depois, acelerado. Fui tomado por um medo intenso e o meu corpo começou a tremer.
Ouvi as palavras "não resistas a nada", como se ditas dentro do meu peito. Sentia-me como que a ser sugado para dentro de um vazio. Mas era como se esse vazio fosse mais dentro de mim do que fora de mim. De repente, não havia mais medo e deixei-me cair nesse vazio. Não me recordo do que aconteceu depois disso.
Acordei com um pássaro a chilrear da parte de fora da janela. Nunca antes ouvira um som assim.
De olhos ainda fechados, vi a imagem de um diamante precioso. Sim, se um diamante pudesse emitir um som, seria como aquele. Abri os olhos. A luz da manhã projectava alguns raios através das cortinas. Sem qualquer pensamento, eu sentia, eu sabia, que há infinitamente mais luz do que julgamos. A suave luminosidade coada pelas cortinas era o próprio amor. Vieram-me lágrimas aos olhos. Levantei-me e andei pelo quarto. Reconhecia o quarto e, no entanto, sabia que verdadeiramente nunca o vira antes. Tudo era fresco e imaculado, como se acabasse de ter sido criado. Peguei em várias coisas, um lápis, uma garrafa vazia, maravilhado com a beleza e a vivacidade de tudo aquilo.
Naquele dia, percorri a cidade completamente estupefacto com o milagre da vida na  Terra, exactamente como se eu acabasse de vir a este mundo.
Nos cinco meses que se seguiram, vivi ininterruptamente num estado de paz e contentamento profundos. Depois, esse estado diminuiu de intensidade, ou talvez assim me parecesse por se ter tornado o meu estado habitual. Continuava a poder funcionar neste mundo, embora compreendesse que nada do que pudesse fazer acrescentaria fosse o que fosse àquilo que eu já possuía.
Sabia, evidentemente, que algo de profundamente significativo me tinha acontecido, mas não compreendia de todo o que seria. Só alguns anos mais tarde, depois de ter lido textos espirituais e passado algum tempo com mestres espirituais, é que compreendi que aquilo que toda a gente procura já me tinha acontecido a mim.
Compreendi que a intensa pressão do sofrimento daquela noite deve ter forçado a minha consciência a retirar-se da sua identificação com o eu infeliz e profundamente medroso, que não passa, no fim de contas, de uma ficção da mente.
A retirada deve ter sido tão completa que o eu falso e sofredor sucumbiu de imediato, exactamente como se fosse um balão ao qual tivessem retirado o ar. O que restou depois foi a minha verdadeira natureza, a de um Eu sou sempre presente: a consciência no seu estado puro antes da identificação com a forma. Mais tarde, aprendi também a entrar naquele reino interior, intemporal e imortal, que eu percebera inicialmente como um vazio, e a continuar plenamente consciente.
Vivi estados de uma beatitude e de um carácter sagrado tão indescritíveis que faziam até mesmo a experiência inicial, que acabei de descrever, parecer insignificante. Houve uma época em que, por algum tempo, fiquei sem nada no plano físico. Não tinha relacionamentos, nem emprego, nem casa, nem uma identidade socialmente definida. Passei quase dois anos sentado em bancos de jardim num estado de intensa alegria.
Mas mesmo as mais belas experiências acontecem e passam. Provavelmente, mais fundamental do que qualquer experiência é o sentimento profundo de paz que desde então nunca mais me deixou. Por vezes, é muito forte, quase palpável, e os outros também o podem sentir. Outras vezes, fica algures em plano de fundo, como uma melodia distante.
Mais tarde, as pessoas vinham ocasionalmente ter comigo e diziam: "Quero isso que você possui. Pode dar-mo, ou mostrar-me como obtê-lo?" E eu respondia: "Você já o possui. Só que não o consegue sentir porque a sua mente faz muito barulho." Foi essa resposta que, mais tarde, se transformou no livro que o leitor tem agora nas suas mãos.
Sem me ter dado conta, voltara a ter uma identidade externa. Tornara-me um mestre espiritual.
Este livro representa a essência, tanto quanto a consigo exprimir por palavras, do trabalho que realizei nos últimos dez anos com indivíduos e com pequenos grupos de investigadores espirituais, na Europa e na América do Norte.
É com profundo amor e apreço que gostaria de agradecer a essas pessoas excepcionais pela sua coragem, pelo seu desejo de levar a cabo mudanças interiores, pelas suas perguntas estimulantes e pelo seu desejo de ouvir. Sem elas, este livro não existiria.
Fazem parte do que é, por enquanto, uma pequena, mas felizmente crescente minoria de pioneiros espirituais: pessoas que estão a chegar a um ponto em que são capazes de abandonar o padrão de pensamentos colectivamente herdado que, há eternidades, mantém os seres humanos escravos do sofrimento.
Tenho esperança de que este livro vá ao encontro dos que estão prontos para uma transformação radical e profunda semelhante, agindo assim como seu catalisador. Também espero que chegue a muitos outros que achem o seu conteúdo digno de consideração, embora possam não estar prontos para o viverem ou praticarem plenamente. É possível que um dia, mais tarde, a semente que foi lançada ao lerem o livro se funda com a semente da iluminação, que, cada ser humano transporta dentro de si, e que de repente essa semente germine e viva dentro deles.
O livro na sua presente forma teve origem em respostas a perguntas feitas por indivíduos, muitas vezes espontaneamente, durante seminários, aulas de meditação e sessões privadas de aconselhamento, e por essa razão mantive o formato de perguntas e respostas. Nessas aulas e sessões aprendi e recebi tanto quanto os que perguntavam. Escrevi algumas das perguntas e das respostas quase textualmente.
Outras são genéricas, ou seja, combinei determinados tipos de perguntas mais frequentes numa só, e extraí a essência de diferentes respostas para formar uma resposta geral. Por vezes, no processo da escrita, surgia-me uma nova resposta, mais profunda e penetrante do que as que algum dia pronunciei. Algumas perguntas adicionais foram colocadas pelo editor, com o objectivo de esclarecer determinados pontos.
Verá que desde a primeira à última página, os diálogos alternam continuamente entre dois níveis diferentes. Num nível, chamo a sua atenção para o que há de falso em si. Falo da natureza da inconsciência e da disfunção humanas, assim como das suas manifestações comportamentais mais comuns, desde os conflitos nos relacionamentos até às guerras entre tribos e nações.
Esse conhecimento é vital, pois a menos que aprenda a reconhecer o falso como falso – e não como o cerne da sua identidade – não poderá haver transformação duradoira, e acabaria sempre por ser arrastado de volta à ilusão e a uma certa forma de dor. Neste nível, também mostro como não transformar o que há de falso em si num eu e num problema pessoal, pois é assim que o falso se perpetua.
Num outro nível, falo de uma profunda transformação da consciência humana – não como uma possibilidade futura e distante, mas como algo que está já ao nosso alcance –, seja você quem for e esteja onde estiver. É-lhe mostrado como se libertar da escravidão da mente, como entrar nesse estado iluminado de consciência e mantê-lo na vida do dia-a-dia.
Neste nível do livro, as palavras nem sempre se preocupam em dar informação, mas são muitas vezes destinadas a atraí-lo, enquanto 1ê, para essa nova consciência. Estou constantemente a fazer todos os esforços para o levar comigo para dentro desse estado intemporal de intensa presença consciente no Agora, a fim de lhe proporcionar um sabor da iluminação.
Até você ser capaz de ter a experiência do que lhe estou a dizer, é provável que ache essas passagens um tanto ou quanto repetitivas. No entanto, assim que for capaz de o fazer, estou certo de que compreenderá que essas passagens contêm uma enorme quantidade de força espiritual e poderão tornar-se para si nas partes mais compensadoras do livro. Além disso, uma vez que cada pessoa transporta dentro de si a semente da iluminação, é frequente dirigir-me ao sábio que há dentro de si e que reside por trás do pensador, ao seu eu mais profundo que prontamente reconhece a verdade espiritual, entra em ressonância com ela e tira força dela.
O símbolo de pausa depois de algumas passagens é uma sugestão para parar de ler por alguns instantes, ficar quieto, sentir e reconhecer a verdade do que acaba de ser dito. Poderá haver outras passagens no texto em que você o fará natural e espontaneamente.
Ao princípio, quando começar a ler o livro, é provável que o sentido de certas palavras, como por exemplo "Ser" ou "presença", não seja totalmente claro para si. Continue simplesmente a ler. Poder-lhe-ão ocorrer, pontualmente, perguntas ou objecções. Provavelmente, encontrará as respostas mais à frente, no próprio livro, ou então talvez se tornem irrelevantes à medida que entrar mais a fundo no ensinamento – e em si próprio.
Não leia unicamente com a mente. Enquanto lê, fique atento a qualquer reacção emocional e a qualquer sensação de reconhecimento vinda do fundo de si mesmo.
Não lhe posso falar de nenhuma verdade espiritual que você não conheça já no seu íntimo. Tudo o que posso fazer é ajudá-lo a recordar aquilo de que se esqueceu. Depois, o conhecimento vivo, antigo e no entanto sempre novo, é activado e libertado do interior de cada uma das células do seu corpo.
A mente está sempre a querer categorizar e comparar, mas este livro ser-lhe-á mais útil se não tentar comparar a sua terminologia com a de outros ensinamentos; de outro modo, poderia ficar confuso. A maneira como utilizo determinadas palavras, como por exemplo, "mente", "felicidade" e "consciência", não corresponde necessariamente às mesmas palavras em outros ensinamentos. Não se agarre a essas palavras. Não passam de partes de um percurso, que devem ser transpostas o mais rapidamente possível.
Quando, ocasionalmente, cito palavras de Jesus ou de Buda, de A Course in Miracles, ou de quaisquer outros ensinamentos, faço-o não para comparar, mas para chamar a sua atenção para o facto de que, essencialmente, há e sempre houve apenas um ensinamento espiritual, embora assuma muitas formas. Algumas dessas formas, tais como as antigas religiões, foram tão sobrecarregadas com matérias estranhas que a sua essência espiritual foi praticamente apagada.
Até certo ponto, por conseguinte, o seu significado mais profundo deixou de ser reconhecível e perdeu-se o seu poder de transformação. Quando faço citações de religiões antigas ou de quaisquer outros ensinamentos, faço-o para revelar o seu sentido mais profundo e assim restaurar o seu poder transformador — particularmente para aqueles leitores que seguem essas religiões ou ensinamentos.
A esses, eu digo-lhes: não é preciso irem procurar a verdade a outro sítio. Deixem que eu lhes mostre como chegar mais profundamente ao que já possuem.
Acima de tudo, no entanto, procurei utilizar uma terminologia tanto quanto possível neutra, a fim de alcançar um vasto leque de pessoas. Este livro pode ser visto como uma reafirmação para o nosso tempo de um ensinamento espiritual único e intemporal, a essência de todas as religiões. Não deriva de quaisquer fontes externas, mas sim da única e verdadeira Fonte interior, pelo que não contém nenhuma teoria ou especulação.
Falo por experiência mais profunda e se, por vezes, falo de uma maneira muito frontal é para atravessar as espessas camadas de resistência mental e atingir aquele local dentro de si em que já sabe, tal como eu sei, e onde a verdade é reconhecida quando é ouvida.
Haverá então um sentimento de exaltação e vivacidade mais elevado, quando alguma coisa dentro de si lhe disser: "Sim. Eu sei que isso é verdade."
fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABkOIAA/tolle-eckhart-poder-agora

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