sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

FELIZ 2013!!!!

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL!!!

 
Natal -
 
"Que o espírito natalino da paz se personifique na família e nas ruas de sua cidade. Que os abraços fraternos sejam mais constantes, que o riso seja fácil. Que o prazer em compartilhar e doar-se para o bem seja sentido. E que a oração seja partilhada e ouvida. Que seu desejo de alegria seja tão forte a ponto de que resista ao desejo de transmiti-la para outras pessoas também.
Deixe o Natal invadir a sua alma entre os perfumes das comidas deliciosas, das roupas novas. Abrace-se a tudo de mais puro que você tem, junte-se a pessoas que te amam e, no silêncio de seu coração, torne sua prece verdadeira para subir aos céus e retornar como o mais puro presente: o suave perfume do aniversariante, o perfume da paz, da fé, do amor, da harmonia e do forte desejo de esperança para que todos os dias sejam como os dias de Natal.
Um Natal cheio de luz e paz a todos! " - ULISSES

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ESPAÇO COLETIVO - REFAZENDO A VIDA por Rolando Lazarte

Refazendo a vida

*Por em 16/12/2012
 
 
A gente vai criando a sua própria biografia. A nossa vida pode estar totalmente nas nossas mãos, se formos capazes de ir construindo a toda hora, nosso próprio tempo. A minha vida pode ter ficado presa em imagens e palavras que acreditei me contivessem, ou dissessem de mim o que sou, mas eu não sou isso, eu sou isto, este que hoje refaz ponto por ponto toda a sua caminhada.
Em um certo momento da minha vida comecei a me trazer para o papel. Comecei a escrever sobre mim e sobre o mundo. Sobre cosas que aconteceram e com as quais tinha ficado identificado. Mas eu não era aquilo. Eu sou isto, eu sou este que escreve estas coisas. No decorrer de todos esses anos de escrever, de ler, literatura e poesia, aos poucos fui criando outra visão de mim mesmo e da minha vida.
Eu não era aquilo com o qual equivocadamente tinha me identificado. Eu era e sou este que escreve e reescreve constantemente a sua própria biografia. Hoje posso dizer com franqueza, que habito em um mundo novo, o mundo que eu sou. E este mundo faz parte de um mundo maior que contém a minha família, os meus amigos, essa trama estreita em que acontece a vida. Eu achava que era tão diferente de todo mundo, mas não sou.
Somos todos muito parecidos uns com os outros e os outros com os uns, pois isto é recíproco e verdadeiro. E neste re-espelhamento contínuo, fui me vendo e vendo gente querida do meu mundo, como luzes em composição, como mandalas flutuantes no espaço. Como se fossemos os humanos, composições de cristais que convergem para um ponto e daí se expandem. A sensação de estranheza e estranhamento foi cedendo a uma de pertencimento e familiaridade.
Tem-se estreitado a trama da vida, e isto é muito bom. A gente anda agora num chão antigo, imemorial. Quando saio para caminhar, quando ando por aí, quando vejo gente em volta e flores e pássaros e céu e nuvens e mar, sou tudo isso, nessa dança de cores e cristais em diástole e sístole: a pulsação cósmica, a pulsação da vida. Fui fazendo a minha própria biografia, que refaço a todo instante, para frente e para atrás, e o futuro e o passado se constituem como um único tempo, coeso, eterno.
E este refazer da minha própria biografia se fez e se faz e continua a se fazer e refazer, nesse jogo de xadrez que é a própria vida. Um jogo em que nunca sabemos exatamente qual será o próximo movimento, mas que, olhando em perspectiva e para tudo em volta, vê se a extensão infinita do tabuleiro. E nós, peças, jogadores, quem sabe, nesse jogo eterno que é a vida.
A literatura e a poesia foram me dando outros reflexos de mim mesmo. Seres queridos muito perto, novas costuras, novos e antigos reflexos. E neste jogo contínuo de reconstrução permanente, cada instante emerge como algo novo, em uma eternidade sempre mutante, da qual tudo faz parte, numa diástole e sístole, na respiração do universo.
 
* Rolando Lazarte, sociólogo, terapeuta comunitário, escritor. Membro do MISC-PB/Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba, e do GEPSMEC-Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental Comunitária da UFPB. Acesse os blogs http://rolandolazarte.blogspot.com/ e http://rolandolazarterapeutacomunitario.blogspot.com

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ESPAÇO COLETIVO - Rolando Lazarte

Rolando Lazarte

imagem:http://www.facebook.com/rolando.lazarte.779

Atitudes

                      * em 07/12/2012
 
Desde há já bastante tempo, venho observando diversas críticas que vem sendo endereçadas, com toda justiça, diga-se de passagem, às diversas decisões da hierarquia da Igreja Católica de diversos países do mundo, ou a atos envolvendo esta hierarquia. Não tenho a menor dúvida, repito, que estas críticas são cabíveis e adequadas, dado o crescente envolvimento destas autoridades do poder eclesiástico, em delitos de diverso tipo. Desde violações dos direitos humanos, como é o caso das acusações sobre a associação do alto clero católico com os crimes contra a humanidade perpetrados em países da América Latina, até casos de pedofilia, discriminação contra mulheres, etc. Tudo isto é certo, delitos são delitos, e não há nada que possa desculpar o necessário castigo que eles merecem, quando comprovados.
Mas o que não deixa de me inquietar, é o quanto a gente se prende aos atos do poder, na crítica aos atos do poder. O que quero dizer é bastante simples, e até pode parecer infantil ou ingênuo, mas não o é. Pode se resumir talvez nestas perguntas que me faço: O que é que eu preciso, como cristão, como ser humano, como pessoa deste tempo em que tanto sofrimento à minha volta exige, com crescente urgência, o meu envolvimento em ações concretas em defesa da vida, para cumprir com o mandado da minha consciência, do meu sentimento e da minha mente? Preciso de alguma autoridade externa, de alguma instituição que me diga o que devo fazer, ou preciso de uma atitude de humildade e compromisso, de me dispor a fazer o que posso, para melhorar a mim mesmo no seio das redes sociais em que estou envolvido, e desta forma melhorar também esse mundo que todos sabemos que deve mudar, onde a injustiça e o poder imperam?
Faço estas perguntas com o intuito de não perder o foco. Todos precisamos de nos inserirmos em redes sociais para poder por em prática os nossos sonhos. Nenhuma tarefa humana pode ser realizada com prescindência de coletivos em cujo interior vá sendo construída uma nova humanidade. E estas redes começam na família, nas relações com as pessoas com quem partilhamos o nosso dia a dia. Não concebo que nesta altura da minha vida, ainda tenha a expectativa de que alguma mudança institucional poderia me por no rumo do que o meu coração me aponta. Creio que todas as instituições devem melhorar, mas a mudança institucional não é o eixo da minha atuação. Trato de permanecer numa atitude de fazer a cada instante o que meu coração aponta, de maneira que meus atos estejam alinhados com a vontade de Deus. E para isto, apenas necessito da minha rede social, um pequeno tecido em que vivem as esperanças que dão sentido à minha vida. Um pequeno conjunto de pessoas (ou não tão pequeno) que tentam cuidar de si mesmas cuidando dos demais.
Encontrei na Terapia Comunitária Integrativa criada por Adalberto Barreto, esse sentido maior, que se renova a cada dia. Creio que cada pessoa há de ter esse seu pertencimento, que na TCI tentamos manter vivo com pequenas ações no sentido da recuperação da pessoa humana. Ao cuidar dos outros, cuido de mim mesmo, e a minha razão de viver, o sentido de eu estar vivo, de ter acordado para mais um dia, se agiganta, mas de maneira muito ajustada. É o trabalho das formigas. Cada dia um pouco. A TCI age onde as famílias e o governo falharam, e, poderíamos dizer, onde as igrejas também falharam. Venha acreditar no meu Deus, venha seguir meu partido, venha fazer o que eu digo. Esses caminhos levam à dominação, à dependência. A gente na TCI tenta que a pessoa vá se deixando cada vez mais levar pelo seu próprio ser interior, pela sua criança interior, seu primeiro mestre. Mais autonomia, menos vitimização. Mais co-responsabilidade. Menos expectativa de que alguém de fora possa preencher o seu sentido de vida. Estas reflexões apenas pretendem deixar sair alguns sentimentos.
 
Rolando Lazarte, sociólogo, terapeuta comunitário, escritor. Membro do MISC-PB/Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba, e do GEPSMEC-Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental Comunitária da UFPB. Acesse os blogs http://rolandolazarte.blogspot.com/ e http://rolandolazarterapeutacomunitario.blogspot.com