terça-feira, 18 de setembro de 2018

SETEMBRO AMARELO - FALAR É A MELHOR SOLUÇÃO.

 
EXISTE PREVENÇÃO, SIM.
A TEIA - conexões sustentáveis ( tecendo elos, integrando almas) está engajada e promovendo atividades neste movimento.


ESPAÇO COLETIVO - Vem vindo a vida (Terapia Comunitária em Lagoa Seca) - ROLANDO LAZARTE

Vem vindo a vida (Terapia Comunitária em Lagoa Seca)

Por em 21/07/2012
 
Há umas experiências, umas vivências, que eu gosto de guardar o mais rápido possível. Isto é, como diziam Ray Bradbury e Julio Cortázar, escrever o mais rápidamente possível.
 
Estou me referindo aos dias passados em Lagoa Seca, na formação em Terapia Comunitária do grupo de estudantes de enfermagem em saúde mental comunitária, e outros participantes de outros municípios.

Ontem lembrava, ou foi hoje de manhã, não sei, de algumas vistas desde o alto do Centro Marista de Eventos, onde foi realizada a atividade. Os muros marcados de tempo, as escadas apontando para o mais alto. Tudo parecia um símbolo, ou parece agora, na retrospectiva da memória.

As conversas com cada um dos participantes, a maioria jovens.

O que cada um, cada uma, deixou em mim. Ontem à tarde, já de volta em João Pessoa, vira as fotos do encontro na pizzaria de Campina Grande, e não pude deixar de sentir uma forte emoção. Lembrei do primeiro dia, na verdade, do encontro na primeira noite, no salão de mosaicos desenhados, que chamavam poderosamente a minha atenção. Cada um, cada uma, dizendo algo de si.

O que foi que lhe trouxe aqui.

As tardes passadas no quarto, a escrever. Ou na salinha ao lado da sala do curso, também a escrever, a perpetuar sonhos, conexões, tecendo redes.

Agora já é o primeiro dia depois desta vivência tão intensa, onde me senti tão acolhido. Como estrangeiro, como argentino com já tantos anos de Brasil, no entanto, alguma coisa na gente falta embaixo dos pés.

Não vim ao Brasil por outra necessidade a não ser a de viver. Tanta gente vinha para São Paulo pelo mesmo motivo, naqueles anos. Fugindo da seca no Nordeste. Eu fugia da morte que assolava a vida dos argentinos, a mercê dos mercenários do exército e das classes dominantes.

Uma história que deixou marcas. Todas as histórias deixam marcas.

E naquela noite, nessa primeira noite na roda em que começamos a nos conhecer melhor, pude falar algo desta minha vinda ao Brasil naqueles anos. Outras e outros contaram as suas histórias, e aos poucos foi se criando um clima de acolhimento, de pertencimento.

Hoje já voltei da praia com a minha esposa e companheira, Maria, com quem pude ir resignificando a minha vinda ao Brasil, o fato de eu ter recebido tanto amor do lado de cá da fronteira.
A gente vai vendo a sua história, vai se soltando de nós que ficaram amarrados no passado. Culpas, raivas. Vai ganhando outro sentido estar vivo, estar aqui.

Eu estou convencido, porque a experiência tem me mostrado, que a Terapia Comunitária é uma ferramenta chave para a libertação das pessoas.

A pessoa ganha fôlego, pode ver uma perspectiva de reconstrução da sua existência. Não mais está condenada por algo que aconteceu ou acontece.


As perguntas que aprendemos a nos fazer a nós mesmos, vão abrindo um espaço dentro de nós. Cada uma das pessoas que vi nestes dias, e com quem partilhei de alguns momentos, deixou algo em mim. Algo bom. Uma esperança, alguma coisa de muito boa e positiva.

Ter podido participar desta formação, foi uma coisa muito boa para mim, e estou muito agradecido a todos e todas que dela participaram.


E especialmente agradecido a Adalberto Barreto, que criou esta metodologia de libertação da pessoa humana e de construção de uma sociedade mais justa e fraterna, com respeito às diferenças.

Uma aposta total na vida. Sei que virão outras lembranças, mas quero partilhar logo as que estão chegando, as que estão mais vivas, esperando que outros e outras me façam chegar também as suas.


Rolando Lazarte, sociólogo, terapeuta comunitário, escritor. Primeiro Diretor de Comunicação Social da ABRATECOM-Associação Brasileira de Terapia Comunitária. Membro do MISC-PB. Acesse os blogs http://rolandolazarte.blogspot.com/ e http://rolandolazarterapeutacomunitario.blogspot.com

ESPAÇO COLETIVO - A Terapia Comunitária Integrativa e o sentido da vida - ROLANDO LAZARTE


A Terapia Comunitária Integrativa e o sentido da vida
Por em 12/01/2013

Hoje de manhã, me ocorreu de pensar sobre o símbolo da Terapia Comunitária Integrativa, a teia de aranha. Ocorreu-me que esta teia são, por um lado, os vínculos, os laços que nos unem a outras pessoas, que nos dão um sentido de pertencimento a um coletivo, a uma comunidade, à humanidade.
Por outro lado, são também –o que está estreitamente ligado ao anterior—os laços que nos unem à nossa cultura, ao nosso povo, à nossa história pessoal e coletiva, aos nossos valores e crenças, às esperanças que nos movem cada dia, todo dia, de um dia para outro, ao longo do tempo, desde que começou a nossa existência.
Assim, este símbolo é muito forte. Ele nos remete a um sentido de unidade, de pertencimento, de comunidade. Esta teia nos une com pessoas que estão ou não em contato direto conosco, cara a cara.
São também os nossos antepassados, as nossas raízes familiares e grupais, que afundam profundamente no tempo e na terra. Nos dão uma sensação de perecibilidade, também, mas uma perecibilidade integrada ao ciclo da vida.
Na teia da vida, na Teia da Terapia Comunitária Integrativa, tudo vem fazer sentido, até a morte, que na nossa cultura ocidental é como que algo do qual não se deve falar.
A morte, a dor, as desavenças, as perdas de todo tipo, vem fazer sentido na teia da terapia. Porque não mais estamos sós, não mais nos sentimos desgarrados, isolados.
Tem-se reconstituído em nós, vem- se reconstituindo constantemente, continuamente, uma sensação tão forte como a teia da aranha. A sensação de sermos parte, de formarmos parte do contínuo da vida.
Uma vida que começa com a nascença mas que não termina com a morte corporal, uma vez que tudo se integra e se reintegra constantemente em novas vidas, assim como a nossa vida pessoal é uma continuidade de vidas anteriores que em nós pervivem.
Rolando Lazarte, sociólogo, terapeuta comunitário, escritor. Membro do MISC-PB/Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba, e do GEPSMEC-Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental Comunitária da UFPB. Acesse os blogs http://rolandolazarte.blogspot.com/ e http://rolandolazarterapeutacomunitario.blogspot.com

ESPAÇO COLETIVO - ROLANDO LAZARTE - Na Terapia Comunitária Integrativa, a pessoa é levada a se fazer algumas perguntas que abrem espaço para o seu desenvolvimento interior.


Perguntas para o desenvolvimento da pessoa humana

Por em 07/01/2013

 
O que o que estou fazendo tem a ver com a minha história de vida? Como se encaixa na minha trajetória existencial? Quando fazemos esta pergunta, estamos a tentar juntar passado e presente, desconectar a repetição mecânica, sem sentido, de atos. A abordagem barretiana (1) possui um sem número de perguntas desta ordem, em que o que interessa não é tanto a resposta ou as respostas que se possa dar, e sim o espaço criado pela pergunta. A pergunta me descola do mecanicismo, da ação vazia, oca, sem sentido.
Você somente tem sofrido, ou tem crescido com os seus sofrimentos? Todos sofremos, mas as nossas dores podem servir para um crescimento. Isto não é uma tarefa especulativa, meramente mental, intelectual. Eu posso ter sofrido perdas, dores imensas na minha vida, e ter-me colado, por assim dizer, a elas, como vítima, como apenas alguém que sofre ou sofreu. Posso olhar para o que ganhei, o que ganho, o que estou ganhando graças a estas dores que tive ou tenho. Não é um culto ao masoquismo, e sim o contrário. É aprendermos a crescer com o que nos faz ou nos fez sofrer. Estas reflexões não são banais, mas libertam. Por serem simples, tem um efeito enorme e imediato, muitas vezes. Podemos ir construindo uma vida mais feliz, a través de perguntas que nos libertam do passado, da culpa, da auto-punição tão comum na nossa cultura.
Estas perguntas mobilizam a sabedoria interior da pessoa, a sua resiliência, o que cada um ou cada uma aprendeu na sua vida. Quebra-se a vitimização, abre-se um espaço para a felicidade, para o novo, para o “eu posso”.
Escrevo estas coisas, e alguma tristeza muito grande se faz presente. Tento pensar no que aprendi com aquela dor. Tenho feito este exercício vezes sem conta desde que comecei a tentar me livrar da posição de vítima. A cultura dominante faz com que o homem reprima o seu choro. Mas é bom chorar. Como não chorar, diante de tantas aberrações que nos tocou viver? Poderemos depois rir delas se primeiro chorarmos. Não estou escrevendo um texto técnico, isento, não acredito nesse tipo de coisa. Esta tarde, ao escrever estas coisas, vem uma antiga tristeza, ou muitas. Dores antigas se fazem presentes. É como uma escadinha, uma se engancha com a outra e começa a chover. O choro é interno, e vem o choro externo. Por que perguntar a alguém por que chora? Não é melhor chorar? A pergunta leva a intenção de parar o choro. O choro detido, reprimido, é um bloqueio.
O choro não é um ato intelectual, por isso, embora tenha razões, não precisa delas. Pode chorar, mesmo, é muito bom. Hoje veio a tristeza por coisas que ocorreram em tempos em que eu era estudante de sociologia em Mendoza, na Argentina. Hoje me via escrevendo, como naqueles tempos, e veio o choro. Não tem como não chorar ao lembrar de horrores e abominações. Mas hoje vejo que essas dores do passado tem uma relação simétrica com uma plenitude do presente. Como se uma coisa levasse a outra. Não sei se é assim, mas aprendi a tentar buscar uma vitória nas derrotas, uma alegria nas tristezas. Creio que isto ocorre com todo mundo.
Passei anos me punindo por ter sobrevivido, por não ter morrido durante a ditadura argentina. Hoje lembro daquilo, aquilo volta à memória, mas de outra forma. Soube de pessoas que passaram por dores inimagináveis para mim. Quando a minha dor e as dores das pessoas em volta se encontram, surge a empatia. Já não estou só. Juntos podemos crescer. Cresci e seguirei crescendo, como todo mundo cresce. Com as dores, e com a capacidade coletiva que temos, como seres humanos, de nos espelharmos uns nos outros e irmos construindo coletivamente, caminhos de amor, de justiça e de paz. A vida ganhou um valor incomensurável.
(1) Adalberto Barreto, criador da Terapia Comunitária Integrativa.
 
Rolando Lazarte, sociólogo, terapeuta comunitário, escritor. Membro do MISC-PB/Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba, e do GEPSMEC-Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental Comunitária da UFPB. Acesse os blogs http://rolandolazarte.blogspot.com/ e http://rolandolazarterapeutacomunitario.blogspot.com

ESPAÇO COLETIVO - ROLANDO LAZARTE - Na Terapia Comunitária Integrativa, a pessoa tem a possibilidade de voltar a ser quem ela é.

A Terapia Comunitária Integrativa como modo de vida

 
Muitas vezes tenho refletido acerca de como a nossa vida muda a partir do momento em que ingressamos na Terapia Comunitária Integrativa. Não se trata apenas do fato de que estamos a aprender algo novo, o que, de fato, acontece. É que a gente volta a ser quem a gente é, e isto é um fato transcendental. A pessoa volta a ser quem ela é, e isto é um processo objetivo tanto quanto subjetivo.
Aos poucos, teu ser, que se tinha alienado em papéis sociais que te alienavam, que faziam de você uma coisa, uma máquina de cumprir obrigações, volta a ser o mesmo ser que sempre tinhas sido, mas que estava encoberto, oprimido, negado, pela la capa externa que ia te asfixiando aos poucos.
Este regresso de de si para si mesmo, este retorno da pessoa para o que ela é, tem o valor de um novo nascimiento, e isto é o que eu venho experimentando, tanto em mim mesmo como nas outras pessoas, com as quais venho participando de rodas de Terapia Comunitaria Integrativa, encontros de formadores, cursos de formação, intervisões.
Quando se avalia, como já tem sido avaliado, o impacto da Terapia Comunitária Integrativa na vida das pessoas, o ítem número um é o empoderamento pessoal. De novo, a pessoa sente que pode, se da conta de que ela é capaz. Se descobre parte ativa em una rede de relações, no processo histórico da sua vida, e da vida da sua família, do seu país, da sua região, do mundo em que vivemos.
Várias pesquisas tem confirmado este fato de capital importancia, da redescoberta do proprio ser, do ser autêntico, a través da Terapia Comunitaria Integrativa como modo de vida, como forma de se ver a sí próprios e aos demais, como forma de encarar a vida de todo dia, com uma nova relação de afecto por si mesmo e pelos demais, com uma nova esperança e uma nova forma de pensar e de sentir.
Por isso é que se pode dizer, como dissemos, qué mais do que una maneira de fazer, a Terapia Comunitária Integrativa é um modo de ser.
 
Rolando Lazarte, sociólogo, terapeuta comunitário, escritor. Membro do MISC-PB/Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba, e do GEPSMEC-Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental Comunitária da UFPB. Acesse os blogs http://rolandolazarte.blogspot.com/ e http://rolandolazarterapeutacomunitario.blogspot.com

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Contribuições da terapia comunitária integrativa para usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): do isolamento à sociabilidade libertadora


Contribuições da terapia comunitária integrativa para usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): do isolamento à sociabilidade libertadora.

AUTORES: Mariana Albernaz Pinheiro de CarvalhoI,II; Maria Djair DiasI; Francisco Arnoldo Nunes de MirandaIII; Maria de Oliveira Ferreira FilhaI
IPrograma de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil 
IIFaculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, Brasil 
IIICentro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Lagoa Nova, Brasil
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar as contribuições da terapia comunitária integrativa considerando as mudanças de comportamentos de usuários de um Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Trata-se de uma pesquisa compreensivo-interpretativa de abordagem qualitativa, onde se utilizou a história oral temática. O cenário da investigação foi o CAPS Caminhar, localizado na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil. O material empírico foi produzido a partir de entrevistas realizadas com seis colaboradores, e o produto desse material foi discutido com base na análise temática proposta por Minayo, que subsidiou a construção de dois grandes eixos temáticos: A terapia comunitária integrativa como práxis libertadora e mudanças que fazem a diferença. As histórias dos colaboradores revelaram que ocorreram mudanças significativas nos campos pessoal, profissional e comunitário, a partir da inserção deles nas rodas de terapia comunitária integrativa, pois se verificou que tal estratégia promoveu a recuperação dos processos de socialização natural que constituem a vida humana. Ficou claro que o uso da terapia comunitária integrativa está relacionado a propostas de inclusão e reabilitação psicossocial de seus participantes.
Relações Familiares; Apoio Social; Serviços de Saúde Mental
 
CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA LER TODO O ARTIGO:

Terapia comunitária: Uma metodologia inovadora na Atenção Primária em Saúde no Brasil

 O artigo relata a experiência da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) no Centro de Saúde de Belo Horizonte - MG
 
Terapia comunitária: Uma metodologia inovadora na Atenção Primária em Saúde no Brasil

Autores: Maria Teresinha de Oliveira Fernandes,1 Ana Luiza de Aquino,2 Graziela da Costa Santos,2Sônia Maria Soares,2 Luciano Carneiro de Lima1(1) Secretaría Municipal de Salud de Belo Horizonte. (2) Escuela de Enfermería, Universidad Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte (Minas Gerais), Brasil
 
  
Resumo
Objetiva-se descrever a roda de terapia comunitária como metodologia facilitadora para o enfrentamento de demandas e sofrimentos psicossociais na Atenção Primária em Saúde. Estudo exploratório e descritivo, que caracterizou o perfil dos participantes e analisou as rodas de terapia numa Unidade Básica de Saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu por meio de observação participante e registro de 63 rodas, respeitando-se os aspectos éticos. Na prática a terapia comunitária tem seus pressupostos e regras que organizam o trabalho no grupo. Foi possível refletir sobre a precariedade do trabalho em saúde, despertar para investigação epidemiológica de grupos sociais, trabalho humanizado com ações orientadas para espaços de escuta priorizando a pessoa além do cuidado em saúde e auto-estima. Possibilita ao profissional apreender a linguagem do povo e cultura. A terapia comunitária se apresenta como uma metodologia facilitadora para profissional de saúde e grupos sociais para o enfrentamento das tensões, temores, fantasias, frustrações, preconceitos que permeiam as relações interpessoais e provocam sofrimento.
Palavras chave: Desenvolvimento da comunidade/ Comunidades vulneráveis/ Estrutura de Grupo/ Métodos Terapêuticos.
 
 
 
Clique no link para ler todo o artigo:
 
 
 

Anais do IV Congresso Brasileiro e I Encontro Internacional de Terapia Comunitária





Clique no link abaixo para visualizar a publicação:

O SUS E A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA

 

CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA VISUALIZAR A PUBLICAÇÃO

https://issuu.com/abratecomterapiacomunitaria/docs/livrossustc